Quando a Mandala é uma surpresa! (Mandala em tecido)
Iniciar uma mandala é uma aventura.
Sim, uma daquelas aventuras onde não sabemos exatamente onde vamos parar até que a mandala esteja pronta e então, nos revele uma surpresa.
Já me aconteceu que, ao iniciar o traçado de uma mandala, eu tinha uma determinada intenção de criação na cabeça que se revelou completamente diferente do que eu esperava, uma vez a mandala terminada.
Claro, houve outros momentos que minha intenção de início chegou até o fim mas ainda assim, em um detalhe, num aspecto aqui ou ali, a mandala me reservava uma pequena ou grande surpresa!
Chegar ao fim de uma mandala e poder olhá-la e, sobretudo, admirá-la é como fazer uma longa caminhada e apreciar o fim da jornada – se é que, em termos de mandalas, eu possa mesmo falar de fim…
Será que a mandala tem fim ?
Uma situação, um momento, uma circunstância, um problema podem ter um fim mas a mandala é sempre movimento!
Por vezes, «visito» algumas de minhas mandalas antigas e ainda me surpreendo com o que elas podem me revelar.
Elas adoram comunicar-se e cada vez que as encontro,
eu leio uma nova história, um novo conto, uma nova mensagem!
Na verdade, as mandalas trabalham na eternidade e com a eternidade!
O círculo por si só já é a forma do eterno, do movimento constante, da vida que se renova, que não cessa.
A mandala tem essa eternidade na sua estrutura mais intíma e não é à toa que ela encontra-se espalhada por todo o mundo, na maioria das civilizações que conhecemos e até mesmo naquelas que se perderam com o tempo e que desconhecemos ou esquecemos seus nomes.
Desde os tempos primórdios, as mandalas tem sido utilizadas das mais diferentes formas*: na busca da concentração, na cura, no trabalho psíquico, na oração, na busca interior, no auto-conhecimento e claro, na arteterapia (que é o meu caso).
E olha, eu fui modesta aqui pois acho que a mandala tem fins inimagináveis e, por isso, ainda pode nos ensinar muito sobre suas diferentes formas de utilização que nos permitirão um encontro com nossa essência, com a divindade, com o outro e com o respeito de tudo o que existe no Universo.
Pessoalmente, espero sinceramente que o homem possa cada vez mais descobrir tudo o que de bom e profundo a mandala pode trazer para nós, enfim, para a humanidade e o mundo - pois a mandala é uma grande instrumento de transformação.
Quem termina uma mandala já não é o mesmo que a iniciou.
O percurso da mandala, muitas vezes, é um percurso que nunca terá fim – o que é absolutamente normal,
afinal «nossa transformação tem fim» ?
A mandala é um passo.
Você dá o primeiro passo e então, vem o segundo, o terceiro e quando você vê, você já está no caminho e, se persisitir e continuar um pouco mais, você se torna o caminho.
Caminhe !
Dê seu primeiro passo, mesmo que você não tenha muita certeza de como fazê-lo, mesmo que seu primeiro passo ainda seja um pouco desajeitado - isso não tem nenhuma importância!
Com o tempo e os passos seguintes, você ganhará mais experiência e através dela, você terá a segurança que precisa para dar passos mais bonitos, mais leves, e sobretudo, mais justos!
Mas que sejam seus passos e não o do outro, afinal, mesmo que outras pessoas possam participar do seu caminho, apenas você pode realizá-lo!
Aceite, num primeiro momento, a maneira como o seu caminho se apresenta e em seguida, assim como a mandala transforma, você transforma o seu caminho.
E se parecer difícil, trabalhe uma mandala com a intenção dos seus passos, do seu jeito de fazer, do seu caminho…
Deixe a mandala vir até você naturalmente, docemente…
Dê seu primeiro passo.
Confie.
Lembre-se que a mandala sempre reserva surpresas no final.
A tinta amarela não ficou legal onde você queria?
O desenho não era bem do jeito que você pensou?
O tratamento que você deu à sua mandala não era bem a sua idéia inicial?
Deixe estar.
Respire fundo e continue.
Não lute contra a mandala; ela é sua companheira de percurso – caminhe com ela!
Aceite.
Aceite o amarelo, aprenda o que ele tem à te dizer ali, daquele jeito…
Aceite o seu desenho como ele está; com a prática, ele revelará a sua identidade…
Aceite a personalidade de sua mandala, afinal, ela está lá para e por você e aceitando-a, você caminha para a sua aceitação pessoal, o respeito do seu jeito de ser, o carinho que você deve dar à si mesmo.
Nesse mundo que vivemos hoje, ser aceito e principalmente, aceitar-se virou uma tarefa difícil. A sociedade nos educa desde crianças à não aceitar o outro do jeito que ele é e pior, à não nos aceitar. Assim, de uma maneira consumista, vamos sempre procurar aquilo que falta para podermos nos aceitar e sermos aceitos.
Pare!
Saía desse jogo!
Não faça isso com sua mandala e sobretudo, não faça isso consigo.
Aceite como você é!
Aceite o seu jeito de ser!
Aceite o jeito que você é na sua essência, afinal, esse é o jeito que te faz feliz.
É o que você é!
É o seu caminho.
Caminhe tendo por companhia a sua mandala e lembre-se: a mandala sempre te reserva uma surpresa! Deixe-se surpreender!
Eu ainda não tinha feito a experiência de pintar uma mandala sobre o tecido. Não que fosse algo que eu temesse mas eu não tinha certeza de fazê-lo e nem sei bem dizer o porquê…
No entanto, resolvi dar esse passo e trabalhei uma primeira mandala sobre o tecido, depois uma segunda e quando me dei conta, eu já estava na quarta! Que maravilha !
Estas mandalas me alegraram o coração de uma maneira muito simples.
Ao terminá-las e olhar para cada uma delas, eu me senti muito bem – serena.
E além de trazerem alegria para meu ser, elas também trouxeram beleza à minha família! Na virada de 2014 à 2015, elas estavam lá – sobre a mesa - acompanhando a nossa ceia de Ano Novo !
Um passo simples que trouxe encontros, sorrisos, alegria e muitas surpresas!
*Nota: Para saber mais sobre esse assunto, eu aconselho a leitura dos seguintes artigos deste blog (clique abaixo ou cole o link no seu navegador):
http://tempodemandala.canalblog.com/archives/2013/10/28/28309558.html
http://tempodemandala.canalblog.com/archives/2013/10/31/28313123.html
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