3. MANDALA DA AÇÃO - Semana 3 (24/03 à 30/03)
Este é o desenho que inspirou a Mandala da Ação:
A Mandala da Ação veio de uma belíssima iluminura1 que ilustrava um texto do Eclesiástico2 de um manuscrito medieval do século XII (ou XIII).
Particularmente, eu achei essa iluminura «perfeita» para utilizá-la como uma mandala para o grupo: ela é bela e simples e ao mesmo tempo, extática (ao centro) e com movimento (nas bordas). Isso faz que vários aspectos diferentes possam ser trabalhados ao mesmo tempo e de maneira equilibrada e harmoniosa.
Porém, eu não sabia exatamente quando usa-la e por isso, deixei-a de lado até que o bom momento se apresentasse. Enfim, foi numa noite – já no final da segunda semana de mandalas – que sonhei com esta iluminura e foi então que, ao acordar, eu sabia que esta seria a mandala que utilizaria para o trabalho de mandalas na terceira semana.
Eu tive bons retornos dessa mandala embora ela tenha sido uma mandala extremamente re-colorida dentro do grupo - o que mostrou a necessidade do trabalho da ação na vida de muitos participantes.
Enfim, ela demonstrou ser uma «mandala alegre» pois, em vários retornos, as pessoas diziam que «se divertiram» ou «passaram um bom momento» ao colori-la!
Sou grata à todos os participantes do grupo pela grande confiança neste trabalho e claro, a boa disposição em re-colorir as mandalas (para todos aqueles que passaram por este processo).
E, mais uma vez, muito obrigada à todos que permitiram a exposição de suas mandalas aqui!
Atenção: veja esta mandala para colorir Mandala da Ação sem contorno AQUI e Mandala da Ação com contorno AQUI.
Notas:
- A iluminura – dar a luz - é um tipo de pintura decorativa aplicada aos manuscritos e às letras capitulares dos códices dos pergaminhos e livros medievais. A sua elaboração era um ofício extremamente refinado, custoso e bastante importante no contexto medieval. Num primeiro momento da história, eram produzidos principalmente nos conventos e abadias da Idade Média. Mais tarde, passaram à ser produzidos e utilizados pela nobreza e, em seguida, a burguesia. Se você desejar saber um pouco mais sobre iluminuras, clique AQUI;
- Eclesiástico (também conhecido como Sirácida): Um dos livros da Bíblia; foi escrito em hebraico, mas traduzido depois para o grego e latim, com o objetivo de ser utilizado pelas comunidades gregas e latinas que viviam fora da terra da Palestina. Escrevendo um prólogo, o tradutor revelou o nome do autor, Jesus, e no final do livro o próprio autor se apresenta como Jesus, Filho de Sirac (Jesus Ben Sirac), daí deriva outro nome do libro Sirácida. O nome Eclesiástico deriva do uso que era feito na comunidade, Igreja (eclesia). O Eclesiástico é um livro deuterocanônico, isto é, não incluído na Bíblia Hebraica. Poderíamos dividir o livro em três partes, além do prólogo e da conclusão (51). Primeira parte (1-23): uma coleção de sentenças do livro dos Provérbios e tem como temas principais: a sabedoria e o temor de Javé. O capítulo 24 é um hino à sabedoria. Segunda parte (25-43): é uma coleção de sentenças proverbiais. Terceira parte (44-50): o autor faz um elogio aos personagens bíblicos, contrapondo-os aos heróis gregos. O objetivo do livro do Eclesiástico é defender o judaísmo do helenismo, embora assuma alguns elementos da cultura grega. Procura pôr em destaque os principais elementos do judaísmo: a fé, a lei, o templo. Em alguns momentos chega a defender a teologia da retribuição e ao fechamento do judaísmo universal. Outro aspecto importante, é o “temor de Deus”. Não confundir temor com medo. Temor de Deus é ser fiel a ele, respeitá-lo e realizar sua vontade, mediante o cumprimento da lei. Temer a Deus é comprometer-se com Javé do êxodo, o Deus libertador. O estudo da lei é sinal de sabedoria e cumprimento da vontade de Deus. Acentua bastante o aspecto da lei. O Sirácida tem muitos valores, mas devemos ter certo cuidado, pois apresenta também alguns limites, influenciados pelo helenismo. Tais como: teologia da retribuição, certa misoginia, patriarcalismo, não questiona a escravidão, trabalho manual inferior ao intelectual. Com isso, não devemos nos assustar, pois sabemos que a Bíblia é fruto também do ambiente em que foi escrita. Fonte: Livros Sapienciais 8. Eclesiástico, por Nilo Luz.