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Tempo de Mandala - Mandala, Arte & Arteterapia
12 mars 2015

A Mandala "A verdadeira Trindade na verdadeira Unidade" de Hildegarda de Bingen

IMG_4100Esta mandala representa a 2a visão que Hildegarda de Bingen teve e que, faz parte do II livro SCIVIAS.

A visão descreve o encontro de uma luz esplêndida com o fogo brilhante e explica o mistério do Pai, Filho e Espírito Santo, também conhecido como o mistério da Santíssima Trindade.

A Trindade ou Santíssima Trindade é a doutrina acolhida pela maioria das igrejas cristãs que professa a Deus único preconizado em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.1 Para os seus defensores, é um dos dogmas centrais da fé cristã, e considerado um mistério. A Igreja Católica anuncia e ensina o mistério da Santíssima Trindade com base em citações bíblicas2, no entanto, algumas denominações cristãs, não aceitam a doutrina trinitária.3

Não entrarei em detalhes sobre a Santíssima Trindade e seu dogma. Há fontes suficientes na internet, livros etc que poderão tratar esse assunto com muito mais profundidade, exatitude e extensão do que eu faria aqui. Além disso, esse não é o objetivo desse artigo. Aqui, trato como assunto principal, uma das mandalas de Hildegarda de Bingen que por ser uma monja do século XII, está diretamente ligada ao mundo cristão e mais particularmente, à conceitos católicos visto que essa era a religião praticante no continente europeu medieval.

Através dessa mandala, Hildegarda de Bingen transpôs em imagem as palavras que escutou da LUZ VIVA, uma Luz de grande claridade que seria o próprio Espírito Santo e que era o responsável pelas visões de Hildegarda de Bingen. Ela escreveu : «Então, eu vi uma luz esplêndida, e nela, uma forma humana, cor de safira, que brilhava como um fogo brilhante e suave; e essa luz esplêndida penetra esse fogo brilhante, e esse fogo brilhante se mistura nessa luz esplêndida; e essa luz esplêndida e esse fogo brilhante penetram nessa forma humana e se transformam em uma única luz, que trazia a mesma virtude e o mesmo Poder. E, novamente, eu ouvi essa luz viva que dizia : «É o sentido dos mistérios de Deus, para que possamos distinguir e para que possamos compreender de maneira discreta o que é essa plenitude que não tem origem, à qual nada falta e que, por sua virtude toda-poderosa, é o ponto crucial de todos os Poderes. Afinal, se o Senhor não possuir Sua própria virtude, qual sera então, a Sua obra? Ela será, certamente, vã pois é na obra perfeita que vemos quem é realmente o artesão.»4

Mas qual o objetivo de tudo isso ?

A mandala da Santíssima Trindade de Hildegarda de Bingen traz uma mensagem: «Assim o homem fiel deve agir: Que ele deixe para trás seus hábitos infantis e cresça pelas virtudes perseverando em sua força, deixando o orgulho e a vontade de possuir de lado pois estes apenas contribuem à sua perda através dos vícios; antes, o homem deve meditar sobre aquilo que é realmente digno de sua atenção após ter deixado seus hábitos pequenos para trás.»5

Escrever esta Mandala, assim como o texto ditado pela Luz Viva era uma maneira de levar o conhecimento aos homens. Para Hildegarda, buscar Deus também passava pelo estudo de Sua palavra e por essa razão, todos os textos que levassem o homem ao seu Criador e também à uma conduta em que o homem pudesse viver em perfeita harmonia com seu mundo e o Cosmos – obra divina do Criador eram importantes. A educação e o acesso do homem ao conhecimento permetem uma maior compreensao da obra de Deus e de seus desígnios; obra onde o homem é parte integrante, e que deve ser acessível à todos. Hildegarda trabalhou muito para que suas visões pudessem ser transcritas e deixadas para a posteridade.

texto de Veruscka Rocha

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Notas:

Para saber mais sobre santa Hildegarda de Bingen, conheça o blog VIRIDITAS DE HILDEGARDA DE BINGEN:

http://viriditasbingen.canalblog.com/

Leia este artigo aqui neste blog:

http://tempodemandala.canalblog.com/archives/2015/02/16/31519715.html

Leia também: 

http://tempodemandala.canalblog.com/archives/2015/03/12/31681920.html

1 – A Igreja Católica anuncia e ensina o mistério da Santíssima Trindade com base em citações bíblicas, porém desencoraja uma profunda investigação no sentido de querer decifrá-lo, visto que torna-se complexo usando simplesmente nossa razão humana. Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou e esforçou-se exaustivamente por compreender e desvendar este enigma. Após muito tempo de reflexão, esforço e trabalho, chegou à conclusão que nós, devido à nossa mente extremamente limitada, nunca poderíamos compreender e assimilar plenamente a dimensão (infinita) de Deus somente com as nossas próprias forças e o nosso raciocínio. Concluiu que a compreensão plena e definitiva deste grande enigma só é possível quando, na vida eterna, nos encontrarmos no Paraíso com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trindade_%28cristianismo%29#cite_note-1

2 – A doutrina trinitária professa que o conceito da existência de um só Deus, onipotente, onisciente e onipresente, revelado em três pessoas distintas, pode-se depreender de muitos trechos da Bíblia. Um dos exemplos mais referidos é o relato sobre o batismo de Jesus, em que as chamadas "três pessoas da Trindade" se fazem presentes, com a descida do Espírito Santo sobre Jesus, sob a forma de uma pomba, e com a voz do Pai Celeste dizendo: «Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo» (Lucas 3:22 e Mateus 3:17). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trindade_%28cristianismo%29#cite_note-1

3 – Tais denominações consideram-se monoteístas, contudo, o judaísmo e o islamismo, bem como algumas denominações cristãs, não aceitam a doutrina trinitária.

4 – Traduzido livremente do texto em francês: «Ensuite je vis une splendide lumière et, dans elle, une forme humaine, couleur de saphir, qui brûlait d'un feu brillant et suave ; et cette splendide lumière pénétra tout ce feu brillant, et ce feu brillant s'infusa dans cette splendide lumière ; et cette splendide lumière et ce feu brillant pénétrèrent toute cette forme humaine, ne faisant qu'une seule lumière, par une même vertu et une même Puissance. Et, de nouveau, j'entendis cette lumière vivante qui me disait : « C'est le sens des mystères de Dieu, afin que l'on distingue et que l'on comprenne discrètement quelle est cette plénitude qui n'a pas d'origine, et à laquelle il ne manque rien ; qui, par sa vertu toute puissante, fixe les bornes de toutes les puissances. Car, si le Seigneur était exempt de sa propre vertu, quelle serait alors son œuvre? Elle serait certainement vaine, car c'est dans l'œuvre parfaite que l'on voit quel est l'artisan.» Fonte: SCIVIAS, IIe livre, 2e vision

5 – Traduzido livremente do texto em francês: «Ainsi doit faire l'homme fidèle : Qu'il délaisse l'enfance des mœurs et qu'il gravisse le sommet des vertus en persévérant dans leur force ; méprisant l'orgueil de sa cupidité, qui est féconde dans les égarements des vices; et que, dans la retraite, il médite sur ce qui est digne de sa sollicitude, après avoir traversé l'enfance des mœurs puériles.» Fonte: SCIVIAS, IIe livre, 2e vision

HB ChristTEXTO INTEGRAL em francês: «LA VISION DE LA SAINTE TRINITE DE SAINTE HILDEGARDE DE BINGEN.

«Ensuite je vis une splendide lumière et, dans elle, une forme humaine, couleur de saphir, qui brûlait d'un feu brillant et suave ; et cette splendide lumière pénétra tout ce feu brillant, et ce feu brillant s'infusa dans cette splendide lumière ; et cette splendide lumière et ce feu brillant pénétrèrent toute cette forme humaine, ne faisant qu'une seule lumière, par une même vertu et une même Puissance. Et, de nouveau, j'entendis cette lumière vivante qui me disait : « C'est le sens des mystères de Dieu, afin que l'on distingue et que l'on comprenne discrètement quelle est cette plénitude qui n'a pas d'origine, et à laquelle il ne manque rien ; qui, par sa vertu toute puissante, fixe les bornes de toutes les puissances. Car, si le Seigneur était exempt de sa propre vertu, quelle serait alors son œuvre ? Elle serait certainement vaine, car c'est dans l'œuvre parfaite que l'on voit quel est l'artisan.

C'est pourquoi tu vois une splendide lumière qui n'a pas d'origine, et à laquelle il ne peut rien manquer : Elle désigne le Père et, dans elle, une forme humaine, couleur de saphir, sans aucune tache d'imperfection, d'envie et d'iniquité, désigne le Fils, engendré par le Père, avant le temps, selon la divinité ; mais ensuite, incarné dans le temps, selon l'humanité, et venu dans le monde.

Elle brûle entièrement d'un feu brillant et suave, qui sans aucune atteinte de nulle aride et ténébreuse mortalité, démontre le Saint-Esprit, dont le même Fils unique de Dieu, conçu selon la chair et né d'une vierge dans le temps, répandit dans le monde la lumière de la vraie clarté.

Mais, que cette splendide lumière pénètre tout ce feu brillant, et que ce feu brillant s'infuse dans toute cette splendide lumière, et que cette splendide lumière et ce feu brillant remplissent toute cette forme humaine, ne faisant qu'une seule lumière dans une même vertu et une même puissance : cela signifie que le Père qui est l'équité souveraine, mais qui n'est pas sans le Fils et le Saint Esprit ; et le Saint Esprit qui embrase le cœur des fidèles, mais non sans le Père et le Fils ; et le Fils qui est la plénitude de la vertu, mais non sans le Père et le Saint Esprit : sont inséparables dans la majesté de la divinité, parce que le Père n'est pas sans le Fils, ni le Fils sans le Père, ni le Père et le Fils sans le Saint Esprit, ni le Saint Esprit sans eux ; et ces trois personnes ne forment qu'un seul Dieu, dans l'intégrité de la divinité et de la majesté ; l'unité de la divinité restant inséparable dans ces trois personnes, parce que la divinité ne peut être divisée, mais demeure toujours inviolable, sans aucun changement ; et le Père se manifeste par le Fils ; le Fils par l'origine des créatures ; et le Saint-Esprit par le même Fils incarné. Comment ? C'est le Père qui, avant les siècles, a engendré le Fils ; le Fils par lequel toutes choses ont été faites par le Père, à l'origine des créatures ; et le Saint Esprit qui apparut sous la forme d'une colombe, au baptême du Fils de Dieu, quand le temps fut venu. C'est pourquoi ; que jamais l'homme n'oublie de m'invoquer, moi le seul Dieu dans ces trois personnes, parce que je les ai montrées à l'homme, afin que l'homme brûle d'autant plus d'amour pour moi, que j'ai envoyé, par amour pour lui, mon propre Fils dans le monde ; comme Jean mon bien-aimé en rend témoignage lorsqu'il dit : « C'est en cela qu'apparut la charité de Dieu envers nous, que Dieu envoya dans le monde son Fils unique, afin que nous vivions par lui. En cela est la charité, non que nous ayons aimé Dieu ; mais parce que lui le premier nous a aimés, et a envoyé son Fils propitiateur pour nos péchés » (1).

Que signifie cela ? Parce que Dieu nous a aimés, un autre salut en est résulté que celui que nous eûmes dans une première naissance, lorsque nous devînmes les héritiers de l'innocence et de la sainteté, parce que le Père d'en-haut montra sa charité dans nos périls, lorsque nous étions dans la peine : envoyant, par la vertu d'en-haut, son Verbe seul parmi les enfants des hommes, dans une parfaite sainteté, au milieu des ténèbres des siècles, ou le même Verbe, ayant accompli tout bien, ramena à la vie par sa mansuétude, ceux qui en étaient rejetés à cause de l'impureté de la prévarication, et ne pouvaient revenir à l'état de sainteté qu'ils avaient perdu.

Pourquoi cela ? Car la paternelle dilection de l'amour de Dieu vint par la source même de vie, qui nous forma pour la vie, et qui dans nos périls fut notre protectrice, celle qui est la très profonde et très suave charité, qui nous exerce à la pénitence. Comment ? Dieu se souvint miséricordieusement de son grand ouvrage et de sa perle précieuse, c'est de l'homme que je parle, qu'il avait formé du limon de la terre, et auquel il avait inspiré le souffle de vie. Comment ? Lui-même organisa la vie pour la pénitence, dont l'efficacité ne périra jamais - parce que le rusé serpent trompa l'homme par son invasion orgueilleuse ; mais Dieu le rejeta par la pénitence, qui manifesta l'humilité, que le démon ignora et ne pratiqua pas ; parce qu'il ne sut jamais monter vers la voie de justice. Aussi cette rédemption de charité n'est pas venue de nous, parce que nous n'avons pas su, et nous n'avons pas pu aimer Dieu dans (pour) (l'œuvre) du salut ; mais le Créateur lui-même et le Seigneur de toutes choses a tellement aimé le monde, que pour le sauver il a envoyé son Fils, le prince et le Sauveur des fidèles, lequel a lavé et pansé nos plaies ; et c'est de lui que dégoutte le baume médicinal qui procure tous les bienfaits de la rédemption. C'est pourquoi, toi, ô homme, comprends que nulle instabilité de changement ne peut atteindre Dieu.

Car le Père est le Père, le Fils est le Fils, le Saint Esprit est le Saint Esprit, trois personnes dans l'unité de la divinité, indivisiblement dans toute leur puissance. Comment ? Trois vertus sont dans la pierre, trois dans la flamme et trois dans le verbe. Comment ? Dans la pierre est une vertu d'humidité, une vertu de palpabilité et une force ignée ; elle a la vertu d'humidité pour qu'elle ne se dissolve pas et ne se diminue pas ; elle est palpable au toucher, pour qu'elle serve à la défense et à l'habitation ; elle a une force ignée, pour qu'elle s'échauffe et se consolide par sa dureté : Sa force humide indique le Père, qui n'est jamais aride et n'a pas de borne à sa vertu, la vertu de palpabilité désigne le Fils, qui né d'une vierge peut être touché et saisi ; et la vertu du feu brillant démontre le Saint-Esprit, qui embrase et illumine le cœur des hommes. Comment cela ? De même que l'homme qui attire fréquemment par son corps la vertu humide de la pierre, devient débile et infirme : ainsi l'homme qui par l'instabilité de ses pensées, veut regarder témérairement le Père, périt dans la foi ; et de même que, par la palpabilité saisissable de la pierre, les hommes construisent leur habitation, afin de se défendre contre l'ennemi : ainsi le Fils de Dieu qui est la vraie pierre angulaire, devient la demeure du peuple fidèle, pour le protéger contre les malins esprits. Mais aussi, comme le feu brillant éclaire les ténèbres et brûle ce sur quoi il se repose : ainsi le Saint Esprit écarte l'infidélité, enlevant toute rouille d'iniquité. Et de même que ces trois forces sont dans une même pierre, ainsi la vraie trinité est dans une même divinité.

Aussi, comme la flamme dans un même foyer a trois vertus, ainsi un Dieu en trois personnes. Comment ? La flamme, en effet, consiste dans la splendeur de la clarté, et dans sa force inhérente, et dans son ardeur ignée mais elle a la clarté splendide, pour briller et sa vigueur inhérente pour montrer sa force ; et son ardeur ignée afin de brûler. Aussi, dans la splendeur de clarté, considère le Père, qui par bonté paternelle, répandit sa clarté sur ses fidèles ; et dans la vigueur inhérente, par laquelle cette flamme montre sa vertu de flamme splendide, reconnais le Fils, qui prit son corps dans le sein d'une vierge, et dans lequel la divinité manifesta ses merveilles ; et dans l'ardeur ignée, considère le Saint Esprit, qui consume d'une manière suave l'esprit des croyants. Mais ou ne se trouve ni la splendide clarté, ni la force inhérente, ni l'ardeur ignée, il n'y a pas la flamme ; ainsi, ou le Père ni le Fils, ni le Saint Esprit n'est honoré, la divinité n'est pas adorée dignement. Donc, de même que, dans une même flamme, on distingue ces trois vertus, ainsi, dans l'unité de la divinité, on comprend trois personnes. De même aussi que trois vertus sont indiquées dans le Verbe, ainsi la Trinité doit être considérée dans l'unité de la divinité. Comment ? Dans le Verbe est le son (la parole), la vertu et le souffle. Mais le son est pour qu'on l'entende, la vertu pour qu'on la comprenne, le souffle pour qu'il s'accomplisse. Le son indique le Père, qui fait toutes choses par sa puissance incompréhensible. La vertu désigne le Fils, qui est engendré merveilleusement du Père. Le souffle dénote le Saint Esprit, qui souffle ou il veut, et consume toutes choses. Mais ou le son n'est pas entendu, la vertu ne saurait agir et le souffle s'élever ; et là, le Verbe n'est pas compris. Ainsi le Père, le Fils et le Saint Esprit ne sont pas séparés l'un de l'autre ; mais ils accomplissent leur œuvre dans un parfait accord.

C'est pourquoi comme ces trois choses sont dans un seul verbe, ainsi également la suprême Trinité est dans la suprême unité. Et, de même que dans la pierre, la vertu humide n'est, ni n'agit, sans la palpabilité saisissable et sans la vertu ignée ; ni la vertu palpable sans la vertu humide et la vigueur ignée du feu brillant ; ni la force du feu brillant sans la force humide et la force palpable ; et de même que, dans la flamme, la splendide clarté n'est, ni n'agit, sans la vigueur inhérente et l'ardeur ignée, ni l'ardeur ignée sans la splendide clarté et la vigueur inhérente ; et, de même que dans le Verbe le son n'est, ni n'agit sans la vertu et le souffle, ni la vertu sans le son et le souffle, ni le souffle sans le son et la vertu, mais ils sont indivisiblement unis dans leur œuvre : ainsi également, les trois personnes de la suprême Trinité résident sans être divisées, inséparablement, dans la majesté de la divinité.

Ainsi, ô homme, comprends un Dieu en trois personnes. Mais toi, dans l'aveuglement de ton esprit, tu penses que Dieu est si impuissant, qu'il lui est impossible de subsister vraiment en trois personnes, mais qu'il peut subsister seulement en une ; lorsque tu ne peux voir la voix exister sans ses trois vertus. Pourquoi cela ? Certes, Dieu est en trois personnes, vrai et unique Dieu, le premier et le dernier.

Mais le Père n'est pas sans le Fils, ni le Fils sans le Père, ni le Père ni le Fils sans le Saint Esprit, ni le Saint Esprit sans eux, parce que ces trois personnes sont inséparables dans l'unité de la divinité : Comme le verbe résonne de la bouche de l'homme, mais non la bouche sans la parole, ni la parole sans la vie. Et ou demeure le Verbe ? Dans l'homme. D'où sort-il ? De l'homme. Comment ? Pendant la vie de l'homme.

Ainsi est le Fils dans le Père, que le Père a envoyé sur la terre, pour le salut des hommes qui sont plongés dans les ténèbres ; et ce fils a été conçu dans une Vierge, par le Saint Esprit. Ce Fils, de même qu'il est fils unique dans la divinité, ainsi il est fils unique dans la virginité ; et de même qu'il est fils unique du Père, ainsi il est fils unique de la mère ; parce que comme le Père l'a engendré, seul avant les temps, ainsi la vierge mère l'a engendré, seul, dans le temps, parce qu'elle est restée vierge après l'enfantement. C'est pourquoi, ô homme, comprends, dans ces trois personnes, ton Dieu qui t'a créé dans la force de sa divinité, et qui t'a racheté de la perdition. N'oublie donc pas ton Créateur, comme t'y exhorte Salomon lorsqu'il dit : « Souviens-toi de ton Créateur dans les jours de ta jeunesse, avant que vienne le temps de ton affliction et qu'approchent de toi les années desquelles tu dises : 'Elles ne me plaisent pas» (2).

Que signifie cela ? Rappelle à ton esprit celui qui t'a créé, lorsque dans les jours de ta téméraire audace, tu penses qu'il t'est possible de t'élever, selon ton  désir, vers les sommets, en te précipitant dans les abîmes ; et lorsque, affermi dans la prospérité, tu tombes dans les pires adversités. Car, la vie qui est en toi évolue toujours vers la perfection, jusqu'au temps ou elle apparaîtra parfaite. Comment ? L'Enfant, dès sa naissance, s'achemine vers l'état parfait, et ensuite il reste dans cet état, délaissant la pétulance des mœurs de la folle adolescence, et n'ayant de souci que pour les affaires sérieuses, pour mener à bonne fin son œuvre ; ce qu'il n'a jamais fait lorsqu'il était dans la fougue de la jeunesse inconstante.

Ainsi doit faire l'homme fidèle : Qu'il délaisse l'enfance des mœurs et qu'il gravisse le sommet des vertus en persévérant dans leur force ; méprisant l'orgueil de sa cupidité, qui est féconde dans les égarements des vices; et que, dans la retraite, il médite sur ce qui est digne de sa sollicitude, après avoir traversé l'enfance des mœurs puériles. C'est pourquoi, ô homme, attache toi à ton Dieu, dans la force de ta virilité, avant que vienne l'homme qui devra être ton juge, lorsque toutes choses seront manifestées, et qu'il ne restera rien de caché ; avant que viennent les temps qui ne verront jamais de fin ; de peur que, murmurant de ces choses dans ton sentiment humain, tu ne dises : « Elles ne me plaisent pas, et je ne comprends pas si elles sont pour mon avantage ou mon détriment », parce que l'esprit humain est en cela toujours dans le doute ; car, même lorsqu'il fait le bien, il est dans l'anxiété de savoir s'il plaît à Dieu ou non. Et tandis qu'il fait le mal, il tremble pour son salut. Mais que celui qui regarde avec des yeux vigilants, et qui entend avec des oreilles attentives, embrasse du fond du cœur ces paroles mystiques, qui émanent de Moi qui suis la Vie.

Notes:(1) In hoc apparuit charitar Dei in nobis, quoniam Filium Suum Unigenitum misit Deus in mundum, ut, vivamus per eurn. In hoc est charitas non quasi nos dilexerimus De-am, sed quoniam ipse prior dilexit nos et misit Filium suum propitiationem pro peccatis nos tris. (jean IV). (2). Memento Creatoris tui in diebus juventutis tuœ, antequam veniat tempus afflictionis tuœ, et appropinquent anni de quibus dicas : Non mihi placent. (Eccles. XII). » Fonte : SCIVIAS, IIe livre, 2e visionhttp://imagessaintes.canalblog.com/archives/2013/08/07/27799684.html

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